Maracatu Cearense

24 de junho de 2009 às 14:44 | Publicado em Maracatu Cearense | 1 Comentário

Maracatu ou cambinda, termo da linguagem Banto que significa “ir adiante, ir além”, “dança”, “batuque”, entre outras definições, é um cortejo – dança dramática – que re-interpreta os impérios Portugueses e as reinages Francesas (instituições tradicionais da Europa que coroavam anualmente seus reis), convergindo às tradições Africanas. Deriva das nações do Rei do Congo e do Alto do Congo. A instituição Rei do Congo, criada na segunda metade do século 17, tinha por finalidade executar a parte administrativa e a representação do ato dos Congos (teatro, música e dança). Os Escravos coroavam seus reis e rainhas às portas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Recife, e à frente da igreja homônima (construída no século 18) em Fortaleza, na praça dos Leões.

O ritmo do Maracatu Cearense era semelhante ao Coco, rápido, mas a partir de 1950 ganhou lentidão e dolência. Caixas, bumbos, chocalhos e o triângulo de ferro fazendo o repinique: um som seco e alto, semelhante ao atrito de espadas. É essa cadência arrastada a mais marcante do Ceará, embora varie em alguns grupos, gerando controvérsias quanto à ruptura das tradições. Diziam que a batida mais lenta e mais requebrada era “para as baianas ficarem requebrando mais bonito no meio da rua”.

Outra característica da solenidade cearense é a pintura do rosto “para a gente ficar bem mais escuro, mais parecido com as negras escravas, vindas da África”. As tintas do Az de Ouro ainda hoje são confeccionadas em processo artesanal – mistura de pó de lamparina, talco sem perfume e vaselina – porque, conforme explica Juca do Balaio, “as tintas industriais são muito secas”.

Outra presença marcante no cortejo é a ala dos Índios. O Ceará teve muita mestiçagem entre as culturas Tapuia e Ibérica: a chamada “Civilização do Couro”. “Houve no período colonial o encontro do Negro com o Índio.

Fonte : Guilherme (Orkut)

Maracatu Rapidshare


Entries e comentários feeds.