Gloria Bonfim – Santo e Orixá

29 de julho de 2009 às 22:37 | Publicado em Gloria Bonfim | 3 Comentários

A Yalorixá Glória Bonfim é uma das mais expressivas e autênticas vozes que conheço. Seu canto primitivo, forte, verdadeiro, despretensioso e absolutamente intuitivo é um diamante bruto que representa, de forma emocionada, a cultura dos terreiros de candomblé, trazida pelos negros africanos e mantida aqui pelos mestiços brasileiros. Resolvi registrar o que ouvi, cumprindo tanto quanto possível o papel de repórter, interferindo minimamente e apenas quando necessário. O repertório inédito foi recolhido da obra de Paulo César Pinheiro, compositor preferido da cantora, que a ela o entregou como um presente. Todas as músicas abordam temas ligados ao candomblé, e muitas têm a forma de cantigas de santo, utilizadas em rituais. Chamei alguns dos instrumentistas e amigos que mais admiro, músicos que entendem e respeitam essa linguagem e que já admiravam a Glória das rodas na minha casa. Todos acertaram em cheio. A característica dessas cantigas se iniciarem sempre por uma invocação, puxada pelos babalorixás ou yalorixás e respondida pelo coro das yaôs, foi respeitada por todos, se impondo aqui a qualquer concepção de arranjo. A energia que rolou no estúdio deixou claro que os orixás ficaram satisfeitos e aprovaram nossa homenagem. Axé! A história dessa baiana é comovente e cinematográfica. Nascida em Areal, um pequeno povoado no interior da Bahia, Glória era requisitada desde muito menina pra cantar nas redondezas, em festas de casamento, batizados etc. Ela conta que muitas vezes foi tirada da cama por seu Tutu, festeiro do lugar, vestindo um camisú (daqueles de cambraia com calçola igual) e levada no balaio de um jegue pra animar essas festas. Não havia rádio e muito menos disco naqueles lugarejos em que a festa dependia dos músicos e dos cantores da região. Filha de Domingas e Miguel, a pequena intérprete de 8 anos agradava a todos com sua voz potente. De cima de um caixote de madeira, sua voz era ouvida de longe, garantindo boa dança e boa festa! Década de 60, o rock chegando às capitais, e o hit da pequena cantora era a valsa Viagem, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro. A partir daqueles dias, a menininha começa a sonhar em ser cantora de verdade. Mas a valsa e tudo aquilo ficaria pra trás quando, acreditando em falsas promessas de estudo e de um futuro melhor, Domingas entrega a filha aos cuidados de uma senhora. No lugar de cartilha, a menina recebeu uma colher-de-pau e o trabalho doméstico não remunerado. Voltou a subir em tamboretes, agora não mais pra cantar, mas pra alcançar o fogão e a pia. Acabou se tornando uma cozinheira de mão cheia! Aos quatorze anos veio pro Rio de Janeiro, fugindo da tal tutora. Sem documentos, pai nem mãe, tinha apenas a cara, a coragem e o dinheiro do ônibus. Trabalhou de doméstica e, dez anos depois, veio parar em minha casa. Meu filho Julião – que também estréia como violonista nesse disco – tinha apenas dois meses. Glória trabalhava sempre cantando. Desde a primeira vez que a ouvi, já senti o que estava ali. Voz rascante e afinada, com volume impressionante, precisão rítmica admirável. E tinha cultura, ancestralidade. O repertório era irretocável. Comecei a reparar também que Paulo César Pinheiro, o dono da casa, era o compositor mais constante, com diversos parceiros: Mauro Duarte, João Nogueira, Eduardo Gudin e, naturalmente, João de Aquino. Um dia daqueles, ainda sem conhecer sua história, passei pela cozinha enquanto ela cantava Viagem, e brincando, insinuei que ela estaria puxando o saco do patrão. Ela se assustou, me pegou pelo braço e me fez sentar pra explicar. Eu falei que aquela música era do Paulinho, ora! Com os olhos cheios dágua, ela me disse não acreditar que alguém inventasse música e, menos ainda, que estivesse trabalhando na casa do criador daquela, que a acompanhava desde criança. Eram dois fenômenos: Glória achava que músicas não eram feitas, mas que apenas existiam como as cantigas de santo do candomblé. E não imaginava, absolutamente, que estava há quatro anos convivendo com o autor da sua maior lembrança! Claro que esse trabalho que apresento era inevitável. E vocês vão concordar! Luciana Rabello (fonte:My Space)

Gloria Bonfim – Santo e Orixa no 4shared

Carlos Malta e Pife Muderno (1999)

28 de julho de 2009 às 18:12 | Publicado em carlos malta e pife muderno | Deixe um comentário

Primeiro disco do excelente trabalho de Carlos Malta com o Pife muderno !!!

Muita cultura popular !!!

Pife Rapidshare

2N Festival Internacional de Percussió (2007)

21 de julho de 2009 às 16:50 | Publicado em Festival Internacional de Percussió | Deixe um comentário

Percussió Rapidshare

1R Festival Internacional de Percussió (2006)

16 de julho de 2009 às 20:55 | Publicado em Festival Internacional de Percussió | 1 Comentário

Percussão pra todos os gostos , vários artistas representando seus países , destaque para Naná Vasconcelos na faixa Alvorada !

Em breve o de 2007 !!!

Boa audição !

Percussió Rapidshare

Maracatu Quiloa e Convidados

16 de julho de 2009 às 17:41 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

Sobre o Maracatu Quiloa

Primeiro grupo de maracatu da baixada Santista

O encontro entre o ritmo do maracatu, pesquisa da cultural popular, dança, música, criatividade e energias são elementos do primeiro grupo de percussão de Maracatu da baixada Santista.

Fundado em 5 de outubro de 2003, pelos Músicos Felipe Romano, Melina Cabral e os batuqueiros Leonardo Fonseca, Carol Real, Yara Fonseca, hoje o grupo é formado por pedagogos, profissionais da educação física, jornalistas, músicos, atores, biólogos e engenheiros, em fim por brasileiros que pesquisam e difundem a cultura popular, por meio dos baques, loas do maracatu de Baque Virado, seus derivados ritmos afro-brasileiros. O grupo apresenta composições próprias e das mais tradicionais nações de maracatu do Recife, como: Nação Porto Rico, Leão Coroado, Estrela Brilhante de Igarrassu, entre outras.

Arte educação

O grupo realiza oficinas de percussão em escolas, universidades, eventos, feiras, comunidades carentes e para grupos; Durante as oficinas são apresentados contos, cantos, danças, instrumentos de percussão, como: alfaias, agbês, caixas, tarois, timbaus, atabaques, Ilús, gonguês, mineiros entre outros.

Desde 2007, o grupo oferece oficinas permanentes de percussão para crianças da comunidade e interessados, no galpão do Tanah, na Rua Rodrigo Silva, 131, Macuco.
Os ensaios do Quiloa podem ser assistidos todas as quintas-feiras, a partir das 19h30, no mesmo local.

O Quiloa conta com o apoio do renomado Diretor Teatral Tanah Corrêa, que cede seu galpão, para o grupo realizar seus ensaios.

Maracatu Quiloa em Santos

Maracatu Bloco de Pedra

O Maracatu Bloco de Pedra é composto pelos frequentadores das oficinas oferecidas pelo Projeto Calo na Mão, na Escola Estadual Profº António Alves Cruz, onde trabalhamos especificamente com a cultura do Maracatu de Baque Virado, estudando a dança, as toadas e os baques das Nações Pernambucanas.

Os ensaios são abertos e acontecem todos os Sábados, a partir das 15:00h, porém seus integrantes estão lá desde as 10h da manhã, trabalhando na construção e manutenção dos instrumentos utilizados.

O Maracatu Bloco de Pedra é composto pelos frequentadores das oficinas oferecidas pelo Projeto Calo na Mão, na Escola Estadual Profº António Alves Cruz, onde trabalhamos especificamente com a cultura do Maracatu de Baque Virado, estudando a dança, as toadas e os baques das Nações Pernambucanas.

Os ensaios são abertos e acontecem todos os Sábados, a partir das 15:00h, porém seus integrantes estão lá desde as 10h da manhã, trabalhando na construção e manutenção dos instrumentos utilizados.

O Bloco já teve a honra de receber e conhecer alguns representantes das Nações, como o Mestre Chacon Vianna (Nação Porto Rico), Mestre Walter França (Nação Estrelha Brilhante de Recife), Dona Olga e Mestre Gilmar (Nação Estrelha Brilhante de Igarassu), Mestre Afonso (Nação Leão Coroado), Mestre Ivaldo Marciano (Nação Cambinda Estrela) .

Dessa forma atuamos na formação de multiplicadores da cultura do nosso país, oferecendo uma outra possibilidade de encontro, todos os fins de semana, para pessoas de todas as regiões da cidade, promovendo o aprendizado da prática e da história do Maracatu de Baque Virado, revelando a influência das culturas africanas e ameríndias na formação dos contordos do que chamamos de Brasil.

Serviço:

Todo sábado das 10h às 17h

Construção e Manutenção dos instrumentos das 10h às 14 h & Ensaio das 14h às 17h

Local: Escola Estadual Prof. António Alves Cruz , rua Alves Guimarães 1511, Jd. das Bandeiras, São Paulo – SP, próximo ao Metro Sumaré.

Maiores Informações nos blogs:Quiloa e Bloco de Pedra

Cabruêra

14 de julho de 2009 às 14:38 | Publicado em Cabruêra | Deixe um comentário

Cabruêra é um grupo formado na Paraíba em 1998, e cuja principal característica é misturar influências do folclore nordestino com tendências da música popular contemporânea.
O primeiro CD foi gravado em 2000 e relançado em 2001 pela Nikita Music. Ainda em 2001, o grupo fez sua primeira excursão à Europa recebeu o Kikito de “Melhor trilha sonora” no Festival de Gramado, pelo curta-metragem “A Canga”, de Marcus Villar. No final daquele ano os integrantes do grupo se mudaram para o Rio de Janeiro. Já realizaram dezenas de shows na Inglaterra, Alemanha, Portugal, Bélgica, França, República Tcheca e Holanda.
Segundo Bráulio Tavares, “Os cabras da Cabruêra chegam eletrificando cocos, envenenando cirandas, sampleando repentes e o que mais se apresentar. (…) Uns começaram regueiros, outros roqueiros, outros funkeiros, mas acabaram derivando para a sua própria mistura. (…) Seu show é uma mescla de forró com Pink Floyd, coco com Hermeto Paschoal, ciranda com Funk, maracatu com Frank Zappa, embolada com rock; trata-se de um verdadeiro caldeirão de ritmos e culturas musicais sem perder suas raízes.”

Cabruêra no Rapidshare

Camafeu de Oxóssi

10 de julho de 2009 às 1:20 | Publicado em Camafeu de Oxóssi | 1 Comentário

Uma História Oral do povo de Candomblé e de Salvador: “Um camafeu era e ainda é uma jóia usada pelas senhoras da sociedade para prender a gola de seus vestidos. Geralmente esse broche tinha como principal atrativo uma figura em relevo do rosto de uma senhora ou do seu esposo. Havia um comerciante que se chamava Ápio, que era filho-de-santo do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, e era de Oxóssi, no sincretismo religioso o orixá da caça, da mata e da fatura. Era então conhecido como tal. Um dia passeando com amigos pelo Pelourinho, tropeçou e quando caiu viu um broche lindo, o tal camafeu. Gostou tanto que os amigos o apelidaram de Camafeu de Oxóssi e assim surgiu o nome do seu restaurante o bom e agradável Camafeu de Oxóssi, cozinha típica e internacional.

Quando Camafeu de Oxossi morreu em 1994 no seu enterro estavam presentes Mestres de Capoeira, muitos babalorixás e Iyalorixás do Candomblé, ele era Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, cargo honorífico dado a pessoas especiais. Entre os babalorixás presentes estava Luís da Muriçoca cantando cantigas fúnebres em yorubá.

Ápio Patrocínio da Conceição mais conhecido como Camafeu de Oxóssi (Salvador, 4 de outubro de 1915 – 1994).

Camafeu de Oxóssi no Rapidshare


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